O presente artigo propõe a perspectiva do Islã a respeito da vida. Não se aborda o Islã como uma religião "ilustrada"e vanguarda da história "racional" europeia, nem, em seu defeito, como um "atentado" aos valores liberais da tolerância e ademocracia contemporâneas. Melhor, ele é considerado em relação com a bioética, na qual a interrogação sobre o problemada técnica resulta fundamental. Interessa situar o Islã como uma específica "antropotecnia", isto é, como um conjunto dedispositivos que fazem possível o "devenir homem do animal humano". Uma perspectiva "antropotécnica" significa perguntarsepelos dispositivos que no Islã torna possível o governo dos homens.