As perplexidades éticas do Rei Ludwig II da Baviera: loucura, extravagancia e profissão médica

Autores

  • Gustavo Figueroa Universidad de Valparaíso

Resumo

1. Bernhard von Gudden diagnosticou o transtorno do Rei Ludwig II da Baviera como “paranoia” (loucura), ainda que Ludwig nunca tenha sido pessoalmente avaliado por este especialista psiquiatra, diagnóstico que o governo bávaro usou para justificar a remoção de Ludwig do poder. 2. Sua conduta progressivamente anormal; seus projetos múltiplos de construção, pelos quais incorreu em fortes dívidas; sua convicção de descender diretamente dos Bourbons graças ao “batismo”; sua desenfreada vida homossexual, tudo constituiu a base para o diagnóstico psiquiátrico. 3. De acordo com os critérios atuais da psiquiatria, Ludwig mostrou traços de um transtorno de personalidade esquizotípico, unido a uma síndrome órbito-frontal e um modo de existência extravagante. 4. Bernhard von Gudden fundamentou seu diagnóstico e perícia psiquiátrica seguindo os princípios éticos de beneficência e primum non nocere, “ajudar, ao menos não prejudicar”.

Palavras-chave:

profissionalidade médica; gestão da prática médica; paranoia; transtorno esquizotípico da personalidade; principio de beneficência