Gestão clínica e conflito de interesses

Autores

  • Armando Ortiz Pommier Departamento de Bioética y Humanidades Médicas, Universidad de Chile. Chile

Resumo

Expomos uma definição do que entendemos por "conflito de interesses" e a influência que pode ter esta situação mal administrada sobre a relação médico-paciente. São proporcionados antecedentes que permitem concluir que o conflito fundamental na relação clínica é a chamada "dupla militância do médico". Foi desatada a última bibliografia do tema como consequência do sistema conhecido nos Estados Unidos pelo nome de "Managed Care". Essa expressão foi traduzida de vários modos: em nosso meio se conhece como "Gestão Clínica". A expressão norte-americana é muito precisa, porque suas duas palavras querem significar as duas funções fundamentais do clínico: de uma parte, a obrigação de "care" e, portanto, de buscar o melhor para seu paciente; de outra, a condição de "manager", quer dizer, de gestor de recursos e da necessidade de que mire no controle do gasto. Este é o tema da chamada "dupla militância do médico". Este novo cenário vai mudar radicalmente o futuro da profissão médica, em cuja construção, segundo nos parece, os profissionais têm uma responsabilidade indelegável. Estamos às portas de uma mudança de paradigma na forma de exercer a medicina que, de todos os modos, significará uma mudança no contrato social de nossa profissão.

Palavras-chave:

conflito de interesses, dupla militância, ética, gestão clínica